segunda-feira, 6 de abril de 2015

Lombalgia: Dor na coluna é uma das maiores causas de afastamento do trabalho

Também conhecida por dor nas costas, é caracterizada como uma dor cansada ou em queimação na região baixa da coluna, próximo aos quadris, podendo também ser irradiada para as pernas. A dor lombar é a segunda maior queixa médica em todo o mundo. Segundo a OMS cerca de 80% da população tem ou terá em algum momento da vida esse tipo de dor. No Brasil, 50 milhões de brasileiros por ano apresentam tal queixa. Pode ser aguda, quando de início abrupto, geralmente após algum esforço excessivo, particularmente com flexão prolongada da coluna ou movimentos de torção, ou crônica quando seu aparecimento está relacionado com movimento repetitivo e má postura mantida por longos períodos, além disso, podem estar relacionadas ao trabalho.
Os principais fatores que predispõe são: obesidade, sedentarismo, postura corporal incorreta, levantamento excessivo de peso, traumas na região, desvios na coluna. As Principais doenças relacionadas à dor lombar são: hérnia de disco, artrose, osteoporose, bico de papagaio, escoliose, doenças reumatolágicas e neoplasias.
O hábito até muito comum de sentar-se de forma relaxada pode trazer malefícios para a saúde como um todo. A postura incorreta e desalinhada pode trazer consequências como dores na coluna, dores nas solas dos pés, além de cansaço, problemas na circulação e tendinites. Quando não se toma cuidado na posição correta ao sentar-se, seja em casa, na escola, faculdade ou no trabalho em frente ao computador, pode acontecer o desenvolvimento dos chamados vícios posturais.
A principal forma de evitar esses vícios e também as lombalgias é praticar atividade física, manter-se no peso adequado e principalmente manter uma boa postura ao sentar e durante todas as atividades, evitando manter curvaturas exageradas na coluna. Ao sentar em frente ao computador deverá sentar sobre os glúteos, manter a coluna ereta, os pés apoiados no chão ou em algum suporte; não cruze as pernas; a tela do computador deve estar alinhada aos olhos, que devem estar sempre posicionados para o horizonte. E realizar pausas para fazer alongamentos e caminhar um pouco.
Ao abaixar para pegar peso mantenha os joelhos flexionados, pegue o objeto e mantenha-o próximo do corpo, faça movimentos lentos e transfira o peso para as pernas. Ao subir escadas mantenha a coluna ereta e os pés bem apoiados no chão. Evite se curvar para frente. É aconselhável dormir de lado com um travesseiro entre as pernas e outro travesseiro na altura do ombro, o colchão não deve ser muito mole, nem muito firme. É importante não forçar a lombar, por isso, evite dormir de bruços.

Os principais tratamentos são: o farmacológico através de anti-inflamatórios, relaxantes musculares e analgésicos. E a Fisioterapia que pode ser convencional com alongamentos, fortalecimentos e aparelhos ou RPG, que é uma técnica especial para tratamento de erros posturais, desvios e doenças na coluna. A RPG - Reeducação Postural Global é fundamental para casos em que os vícios posturais se instalaram de tal maneira que desajustaram a postura, que causam dores e incômodo. Com os exercícios da RPG será possível reeducar a postura correta para prevenir problemas crônicos, além de aliviar as dores causadas pelo desajuste da postura, onde serão feitos alongamentos e trações na coluna, as sessões duram em média de 40 minutos a 1 hora, e com poucas sessões grande parte dos pacientes relatam melhora nas dores.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Conheça as novas regras de estágio em Fisioterapia


ALUNOS, PROFESSORES E PROFISSIONAIS de fisioterapia precisam conhecer as normativas que regem o exercício acadêmico de aprendizagem prática para que o ESTÁGIO SEJA LEGAL!

O COFFITO publicou no Diário Oficial da União em 7 de novembro de 2013, as Resoluções 431/13 e 432/13 e já estão em vigor desde esta data.

Para o Estágio Curricular Obrigatório - ECO em Fisioterapia, a Resolução nº 431 de 27 de setembro de 2013 do COFFITO resolve dentre outros, que o estagiário deverá estar devidamente identificado por meio de crachá e, deverá ter supervisão direta por docente fisioterapeuta do curso, contratado pela Instituição de Ensino Superior - IES, registrado no CREFITO de sua área de circunscrição, no caso de Minas Gerais por exemplo, o CREFITO-4, respeitando a relação de 01 (um) docente supervisor fisioterapeuta para até 6 (seis) estagiários para orientar e supervisionar simultaneamente em todos os cenários de atuação e de no máximo 03 (três) estagiários para cada docente supervisor fisioterapeuta em comunidade (domicílio), Unidades de Terapia Intensiva, Semi-Intensiva e Centro de Tratamento de Queimados.

Ainda em relação à Resolução nº 431/13 que dispõe sobre o exercício acadêmico de ECO em fisioterapia, ficam IES e serviços de fisioterapia que oferecem ECO incumbidos de apresentar previamente ao CREFITO os seguintes documentos acerca dos serviços (cenários de prática de estágio): 
I - Cópia da Declaração de Regularidade de Funcionamento (DRF);
II - Relação nominal dos supervisores/docentes da IES responsável pelo estágio;
III - Relação nominal dos fisioterapeutas da unidade concedente e suas respectivas escalas de trabalho;
IV - Cópia do Termo de Convênio, incluindo o plano de atividade dos estágios.

Já para o Estágio Curricular Não Obrigatório - ECNO em Fisioterapia, as novas regras impostas pela Resolução nº 432 de 27 de setembro de 2013 do COFFITO traz significativas alterações no que se tem visto habitualmente sendo praticado no Estado de Minas Gerais, pois resolve dentre outros que o estagiário só poderá desenvolver esta modalidade de ato educativo se estiver regularmente matriculado em IES, devidamente cadastrado no CREFITO e identificado por meio de crachá de porte obrigatório fornecido pelo Conselho, cursando também o estágio obrigatório do curso e estando no mínimo, no penúltimo ano do curso, tendo concluído todos os componentes curriculares cujo os conteúdos teóricos sejam inerentes à área de estágio e respeitando a jornada de até 30 horas semanais ao todo, ou seja, ECO somado ao ECNO, tendo supervisão direta pelo fisioterapeuta da unidade concedente, que poderá orientar e supervisionar até 03 (três) estagiários e acompanhado por fisioterapeuta docente da IES e ambos serão co-responsáveis pelo estágio junto ao CREFITO, conforme legislação específica de estágio.

Esclarecendo ainda a Resolução nº 432/13 que dispõe sobre o exercício acadêmico de ECNO em fisioterapia, ficam os serviços de fisioterapia que oferecem ECNO incumbidos de apresentar previamente ao CREFITO os seguintes documentos: 
I – Cópia do Termo de Compromisso entre a unidade concedente/acadêmico/IES;
II – Cópia da Declaração de Regularidade de Funcionamento (DRF);
III – O número de vagas nas respectivas áreas de atuação, oferecidas para estágio;
IV – Relação nominal dos fisioterapeutas das unidades concedentes e suas respectivas escalas de trabalho.

E mais, o número máximo de estagiários em relação ao número de fisioterapeutas das entidades concedentes deverá atender às seguintes proporções:
I – de 01 (um) a 05 (cinco) fisioterapeutas: 01 (um) estagiário; 
II – de 06 (seis) a 10 (dez) fisioterapeutas: até 02 (dois) estagiários; 
III – de 11 (onze) a 25 (vinte e cinco) fisioterapeutas: até 05 (cinco) estagiários; 
IV – acima de 25 (vinte e cinco) fisioterapeutas: até 20% (vinte por cento) de estagiários.

Conheça as resoluções na íntegra:



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Como Ler um Raio X do Tórax

Você provavelmente já viu o raio-x torácico (radiografia do peito) ou até já chegou a fazer um. Você já se perguntou como se lê um raio-x do tórax? Aqui está uma abordagem rápida e fácil que utiliza apenas alguns passos simples e a associação de letras ‘A, B, C, D, E, F, G, H, I’ (em inglês, apenas).

Quando olhar para uma radiografia, lembre que é uma representação bidimensional de um objeto tridimensional. Altura e largura são mantidas, mas a profundidade se perde. O lado esquerdo da imagem representa o lado direito do indivíduo, e vice-versa. Ar aparece em preto, gordura aparece em cinza, tecidos finos e água aparecem como tons claros de cinza, e ossos e metais aparecem em branco. Quando mais denso o tecido, mais branco será no raio-x. Tecidos densos aparecem opacos e claros nas imagens; tecidos menos densos aparecem translúcidos e escuros nas imagens.



1-Confira o nome do paciente. Antes de qualquer coisa, tenha certeza de que você está olhando pro raio-x torácico certo. 
2-Leia a data da radiografia torácica. Preste bem atenção nas datas quando comparar com radiografias antigas (sempre olhe as radiografias antigas, se disponíveis). A data em que a radiografia é tirada fornece importantes informações e contexto para interpretação e descobertas. Por exemplo, uma massa que tenha aumentando em 3 meses é mais significante do que uma que tenha aumentado em 3 anos. 
3-Repare o tipo de imagem (esse artigo entende que você está analisando um raio-x do tórax, e não uma foto comum, uma tomografia computadorizada, um angiografia, ressonância magnética, etc). Para raio-x, existem diversas visualizações, como: 
  • A visualização padrão do tórax é a radiografia póstera, ou “tórax PA”. Póstero-anterior refere-se à direção do raio-x atravessando o paciente de posterior para anterior. Esta imagem é tirada com o paciente na vertical, em plena inspiração (com os pulmões cheios de ar), e com a máquina de raio-x na horizontal a 1,8 metros do filme.
  • A radiografia do tórax antero-posterior (AP) é obtida com a máquina de raio-x atravessando o paciente de anterior para posterior, normalmente obtida com um raio-x portátil para pacientes muito doentes, aqueles incapazes de se levantar, e bebês. Já que o raio-x portátil tende a ser menos potente do que máquinas normais, as radiografias AP são geralmente tiradas a uma distância menor do filme, comparadas às radiografias AP. Quanto mais longe estiver a fonte dos raios-x do filme, mais nítido e menos ampliada fica a imagem. (Você pode confirmar isso colocando sua mão a uns 8cm de uma mesa, acendendo uma lâmpada acima da sua mão em diferentes distâncias e observando as sombras. A sombra será mais nítida e menos ampliada se a lâmpada estiver distante). Sendo as radiografias AP tiradas de uma distância curta, as imagens aparecerão mais ampliadas e menos nítidas comparado com as imagens PA padrão. 
  • A radiografia torácica lateral é tirada com o lado esquerdo do tórax do paciente encostado no filme do raio-x (lado esquerdo ao invés do direito para fazer o coração aparecer mais nítido e menos ampliado, já que o coração é mais próximo do lado esquerdo do peito). É tirado com a máquina a 1,8 metros de distância, assim como na visão PA. 
  • Uma vista oblíqua é uma vista girada, entre a vista frontal padrão e a vista lateral. É útil para localizar lesões e eliminar estruturas sobrepostas nas imagens. 
  • Uma vista decúbito lateral é a imagem feita com o paciente deitado de lado. Isso ajuda a determinar se a suspeita de fluido (derrame pleural) esta correta, porque o mesmo irá assentar para o fundo, ou se a suspeita de ar (pneumotórax) está correta, porque o mesmo vai subir. Por exemplo: se há suspeita de fluido pleural no pulmão esquerdo, faça uma imagem decúbito lateral esquerda (permitindo que o fluido assente do lado esquerdo). Se a suspeita é de ar no pulmão esquerdo, faça uma imagem decúbito lateral direita (permitindo que o ar suba pra o lado esquerdo). 

4-Procure marcadores: ‘E’ para Esquerdo, ‘D’ para Direito, ‘PA’ para Póstero-Anterior, etc. Veja a posição do paciente: inerte (deitado), vertical, lateral, decúbito. 

5-Veja a qualidade do material do filme. 

  • Exposição: filmes superexpostos parecem mais escuros do que o normal, tornando os detalhes difíceis de enxergar; filmes sem exposição suficiente parecem mais brancos que o normal, o que gera uma opacificação geral. Procure por corpos invertebrados em um raio-x torácico bem penetrado. Um raio-x do tórax sem penetração de imagem não pode diferenciar corpos vertebrados de espaços invertebrados, enquanto um filme penetrado demais mostra espaços invertebrados com muita distinção. 
  • Para avaliar exposição, olhe para a coluna vertebral atrás do coração na visão frontal. Se for possível ver a espinha detalhada e os vasos do pulmão atrás do coração, a exposição está correta. Se somente a espinha estiver visível, mas não os vasos pulmonares, o filme está muito escuro (superexposto). Se a espinha não estiver visível, o filme está muito branco (sem exposição suficiente). 
  • Movimento: movimento aparece como áreas com borrões. É difícil encontrar um pneumotórax sutil se houver um movimento significativo. 
  • Rotação: rotação significa que o paciente não estava posicionado reto no filme de raio-x, com um plano do peito girado comparado com o plano do filme. Isso causa distorção porque pode fazer os pulmões parecerem assimétricos e a silhueta cardíaca desorientada. Procure ver se os pulmões direito e esquerdo têm praticamente o mesmo diâmetro, e se as pontas das costelas (final da área calcificada de cada costela) estão no mesmo lugar na parede do tórax, o que indica ausência de rotação significativa. Se existe alguma rotação significativa, o lado que foi levantado aparece mais estreito e mais denso (mais branco) e a silhueta cardíaca aparece mais no campo oposto do pulmão. 

6-Vias aéreas: confira se consegue ver se as vias aéreas estão evidentes e alinhadas. Por exemplo, em um pneumotórax hipertensivo, as vias aéreas estão desviadas pra longe do lado afetado. Procure a quinta vértebra torácica, onde a traqueia bifurca (se divide) entre os brônquios direito e esquerdo. 
7-Ossos: procure nos ossos qualquer tipo de fratura, lesão ou defeito. Perceba o tamanho total, formato e contorno de cada osso, densidade e mineralização (ossos osteopênicos parecem finos e menos opacos), espessura cortical em comparação com a cavidade medular, padrão trabecluar, presença de qualquer erosão, fraturas, áreas líticas ou blásticas. Procure por lesões Lucent e escleróticas. Uma lesão Lucent é uma área no osso com pouca densidade (parecendo escura); pode parecer que está pra fora em comparação ao osso circundante. Uma lesão esclerótica é uma área no osso com muita densidade (parecendo mais branca). Nas articulações, procure por estreitamento no espaço entre as articulações, ou alargamento, calcificação na cartilagem, ar no espaço entre as articulações, acúmulos anormais de gordura, etc. 
8-Silhueta cardíaca: veja o tamanho da silhueta cardíaca (espaço branco representando o coração, situado entre os pulmões). Uma silhueta cardíaca normal ocupa menos da metade da largura do peito. 
Procure por coração com forma de garrafa d’água em uma imagem PA plana, sugerindo derrame pericárdico. Faça uma ultrassonografia ou tomografia computadorizada do tórax para confirmar. 
9-Diafragmas: procure por diafragma plano ou elevado. Um diafragma achatado pode indicar enfisema. Um diafragma elevado pode indicar uma área com ar consolidado (como na pneumonia) fazendo com que o campo inferior do pulmão fique indistinguível na densidade do tecido em comparação com o abdômen. O diafragma direito é normalmente mais elevado do que o esquerdo, devido a presença do fígado abaixo do diafragma direito. Também olhe o ângulo costofrênico (que deve ser nítido) procurando por qualquer embotamento, que pode indicar derrame (como fluido se assentando). São necessários cerca de 300-500 ml de fluido para embotar o ângulo costofrênico. 
10-Bordas do coração: tecidos moles externos: Veja as bordas do coração conferindo o sinal da silhueta: uma radio-opacidade escurecendo a margem do coração, no lobo médio direito e pneumonia lingular esquerda, por exemplo. Também procure nos tecidos moles externos qualquer anormalidade. Veja os linfonodos, procure por enfisema subcutâneo (densidade de ar abaixo da pele), e outras lesões. 
11-Área dos pulmões: veja a simetria, vascularidade, presença de alguma massa, nódulos, infiltrações, fluido, prisão dos brônquios, etc. Se fluido, muco, tumor, ou etc., preenche os sacos de ar, os pulmões parecerão densos (claros), com marcações intersticiais menos visíveis. 
12- Bolha gástrica: procure a presença de bolha gástrica, logo abaixo do coração; perceba se está obscura ou ausente. Avalie a quantidade de gás e localização da bolha gástrica. Bolhas de gás normais também podem ser vistas nas flexuras hepática e esplênica do cólon. 
13-Hilos: procure por nódulos ou massas nos hilos de ambos os pulmões. Na visão frontal, a maioria das sombras nos hilos representam as artérias pulmonares. A artéria pulmonar esquerda está sempre mais elevada do que a esquerda, fazendo os hilos esquerdos mais altos. Procure por linfonodos calcificados nos hilos, o que pode ser causado por uma antiga infecção de tuberculose. 
14-Instrumentações: procure por qualquer tipo de tubo, linhas intravenosas, pistas de eletrocardiografia, drenos cirúrgicos, próteses, etc. 


Dicas


Siga uma metodologia sistemática para ler um raio-x do tórax para garantir que você não perca nada. 
Uma boa regra de ouro para ler raio-x do tórax é ir de observações gerais para detalhes específicos. 
Sempre compare com radiografias antigas quando disponíveis. Elas vão te ajudar a detectar uma nova doença e avaliar mudanças. 
A prática leva à perfeição. Estude e leia muitas radiografias para se tornar proficiente nelas. 
O tamanho do coração deve ser menor eu 50% do diâmetro do peito. 
Rotação: olhe as cabeças clavicórdias em relação ao processo espinhoso – eles devem estar equidistantes. 



segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

RPG e Pilates: eficientes técnicas para correção postural


Se somadas a isso questões como sedentarismo, stress e até mesmo disfunções no processo de crescimento na pré-adolescência, a ideia de andar com apenas dois apoios tem seus lados negativos. Mas nada que cuidados essenciais e tratamentos como a Reeducação Postural Global (RPG) e o Pilates não possam resolver. 

Um dia, há quase quatro milhões de anos – conforme pesquisa recente da Universidade de Liverpool – o homem passou a ser bípede e começou a andar ereto. Ao invés de quatro apoios no solo, preferiu ter dois (os pés) enquanto as mãos foram alçadas e ficaram livres. Ponto para o desenvolvimento do cérebro, influenciado pela capacidade de manipular alimentos e objetos, culminando na produção das próprias ferramentas de subsistência. Em suma, andar em pé ajudou o homem a se tornar inteligente e habilidoso na trajetória evolutiva.

Mas quem disse que tudo isso seria fácil? Em 2013, em plena Era Pós-Moderna, não são poucos os indivíduos herdeiros dos bípedes de milhões de anos atrás a procurarem clínicas de Fisioterapia e estúdios para consertarem erros posturais. Isso porque desde que aprenderam a se locomover em pé, os seres humanos passaram a sobrecarregar estruturas musculares e esqueléticas na tentativa de vencer a lei da gravidade.

RPG
Quem explica o método é a fisioterapeuta Camila Campos, adepta do tratamento francês para tratar desarmonias do corpo humano. “Na verdade esta é uma técnica revolucionária que considera os sistemas muscular, sensitivo e esquelético como um todo, mas levando em conta as necessidades individuais de cada paciente”, comentou.


O tratamento, que chegou ao Brasil nos anos 80 e se popularizou nas décadas seguintes, é baseado na correção postural via exercícios com o auxílio do fisioterapeuta, tratando lesões e desvios que podem causar dor. “Durante a sessão empregamos microajustes em alongamento numa série de posturas de pé, sentado ou deitado. O RPG requer do paciente uma participação ativa, pois ao longo da sessão, trabalha o corpo, alongando e fortalecendo a musculatura”, explicou Camila. Mas se engana quem pensa que o trabalho é apenas corretivo.

“Nem só pacientes com problemas diagnosticados recorrem ao método. Qualquer pessoa que queira buscar a harmonia corporal pode aderir ao RPG. Ele também funciona como prevenção”, disse.

No entanto, segundo a fisioterapeuta, a maioria dos interessados que buscam a reeducação chega à clínica indicada por médicos e buscando a cura para disfunções na coluna, lombalgias e até hérnias de disco. Em 90% desses casos, de acordo com a fisioterapeuta, os resultados aparecem já na 10ª sessão. “Normalmente fazemos uma por semana, podendo aumentar dependendo do caso. Cada uma tem duração entre 45 minutos e uma hora por períodos de três a seis meses”, completou Camila.

A profissional também lembrou que não há limites de idade para a prática e que a única contraindicação do RPG é para pessoas com alterações cognitivas como Mal de Alzheimer. “Isso porque o paciente, infelizmente, não vai poder cooperar com o fisioterapeuta na sessão”, comentou a profissional, que também deixou dicas de ouro para quem quer evitar problemas de postura. “Não fique muito tempo em uma mesma posição, já que isso sobrecarrega a coluna. Sempre que possível, alongue-se. Também vale lembrar que colchão e travesseiros devem ser adequados e a melhor maneira de se deitar é de lado, com o travesseiro entre as pernas”.

Pilates
Quem nunca ouviu falar na modalidade, mesmo que em uma cena de novela das 21h, que atire o primeiro controle remoto. Em franca ascensão há mais de 20 anos, o Pilates é uma atividade que explodiu nos anos 90 e que bem poderia ser um vício passageiro para a chamada “geração saúde”, mas se firmou entre público variado, incluindo atletas buscando reabilitação, dançarinos visando aperfeiçoamento corporal e pessoas comuns adotando-o como atividade oposta ao marasmo físico.


A técnica foi criada pelo alemão Joseph Pilates durante a I Guerra Mundial e é baseada na realização de exercícios com ou sem aparelhos abrangendo força, alongamento, concentração e consciência corporal. “São milhares de exercícios disponíveis, podendo ser adaptados às necessidades de cada pessoa. Por isso mesmo é acessível a todas as idades. Quem não gosta de praticar exercícios de alto impacto encontrará no Pilates uma atividade mais agradável. Os resultados aparecem com rapidez”, comentou a fisioterapeuta e instrutora da modalidade, Erika Gomes.

Segundo ela, a potencialidade da prática está na consciência do próprio corpo. “Durante a prática você presta mais atenção nele e em como se move. É esta combinação de bem estar físico e mente que faz do Pilates um método tão único e poderoso”, argumentou.

Assim, o Pilates e o RPG acabam se encontrando em um ponto comum: a estabilidade postural. Porém, o primeiro também está ligado ao fitness. “Há o fortalecimento e o alongamento da musculatura tendo sempre o ‘centro de força’ (abdômen, parte inferior das costas e glúteos) como foco principal. Ou seja, ele é trabalhado sempre, independente de qual exercício esteja sendo executado. Assim o tronco permanece estabilizado colaborando para o alongamento da coluna vertebral descomprimindo os discos vertebrais e aumentado a mobilidade da coluna”, frisou Erika, fazendo uma ressalva importante: “O Pilates não é um exercício aeróbico e a queima de calorias não é seu principal objetivo. Entretanto, ele define e tonifica a musculatura de todo o corpo. Combiná-lo com uma atividade aeróbica é uma ótima pedida para um programa de perda de peso e redução de medidas”.

Recomendado para adolescentes em fase de crescimento, gestantes, idosos e indivíduos em reabilitação, o Pilates só não é indicado para crianças por uma questão de concentração. “Durante a execução dos exercícios, elas facilmente perdem a atração inicial, entediam-se e finalmente procuram apenas ‘brincar’ durante os exercícios, o que prejudica os resultados”, finalizou Erika, lembrando que para a aula fluir o ideal é que cada sessão conte, no máximo, com três alunos. 

Matéria publicada em portal Gazeta de São João del-Rei

sábado, 15 de fevereiro de 2014