quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Quedas em Idosos



A queda é um evento bastante comum e devastador em idosos. Embora não seja uma conseqüência inevitável do envelhecimento, pode sinalizar o início de fragilidade ou indicar doença aguda. Além dos problemas médicos, as quedas apresentam custo social, econômico e psicológico enormes, aumentando a dependência e a institucionalização. Estima-se que há uma queda para um em cada três indivíduos com mais de 65 anos e, que um em vinte daqueles que sofreram uma queda sofram uma fratura ou necessitem de internação. Dentre os mais idosos, com 80 anos e mais, 40% caem a cada ano. Dos que moram em asilos e casas de repouso, a freqüência de quedas é de 50%. A prevenção de quedas é tarefa difícil devido a variedade de fatores que as predispõem. 

A distribuição das causas difere entre idosos institucionalizados e os não-institucionalizados. As quedas entre os moradores de asilos e casas de repouso são em decorrência de distúrbios de marcha, equilíbrio, vertigem e confusão mental, enquanto que pessoas não institucionalizadas tendem a cair por problemas ambientais, seguidos de fraqueza/distúrbios do equilíbrio e marcha, "síncope de pernas", tontura/vertigem, alteração postural/hipotensão ortostática, lesão do Sistema Nervoso Central, síncope e outras causas. 

Os fatores de risco que mais se associam às quedas são: idade avançada (80 anos e mais); sexo feminino; história prévia de quedas; imobilidade; baixa aptidão física; fraqueza muscular de membros inferiores; fraqueza do aperto de mão; equilíbrio diminuído; marcha lenta com passos curtos; dano cognitivo; doença de Parkinson; sedativos, hipnóticos, ansiolíticos e polifarmácia. Atividades e comportamentos de risco e ambientes inseguros aumentam a probabilidade de cair, pois levam as pessoas a escorregar, tropeçar, errar o passo, pisar em falso, trombar, criando, assim, desafios ao equilíbrio. Os riscos dependem da freqüência de exposição ao ambiente inseguro e do estado funcional do idoso. Idosos que usam escada regularmente têm menor risco de cair que idosos que a usam esporadicamente. Por outro lado, quanto mais vulnerável e mais frágil o idoso, mais suscetível aos riscos ambientais, mesmo mínimos. O grau de risco, aqui, depende muito da capacidade funcional. Como exemplo, pequenas dobras de tapete ou fios no chão de um ambiente são um problema importante para idosos com andar arrastado. Manobras posturais e ambientais, facilmente realizadas e superadas por idosos saudáveis, associam-se fortemente a quedas naqueles portadores de alterações do equilíbrio e da marcha. Idosos fragilizados caem durante atividades rotineiras, aparentemente sem risco (deambulação, transferência), geralmente dentro de casa, num ambiente familiar e bem conhecido.

Tratamento 


Exercícios: projetos de exercícios com duração de 10 semanas a 9 meses mostraram que (1) há um redução em 10% da probabilidade de queda entres os que se exercitam em comparação com sedentários; (2) o treinamento específico para equilíbrio motivou uma redução de 25% de quedas; (3) aulas de Tai Chi Chuan (um exercício de equilíbrio), reduzem o risco de cair em 37%. 

Intervenções para reduzir lesões:algumas intervenções podem reduzir o risco de uma lesão grave pós-queda, prevenindo a osteoporose. Suplementos orais de vitamina D e cálcio para mulheres saudáveis na pós-menopausa podem reduzir o risco de fraturas naquelas que caem. Outras medidas de redução ou prevenção de osteoporose precisam ser analisadas para estabelecer-se a eficácia de prevenir fraturas: terapia de reposição hormonal, bifosfonatos, luz solar, caminhadas e consumo aumentado de produtos lácteos. 

Intervenções que atenuam a força do impacto, como o uso de almofadas externas protetoras de quadril (acolchoamentos autocolantes na pele ou em roupas de baixo) ou de colchonetes no chão podem diminuir o risco de fratura de quadril, caso caiam. Um dos problemas das almofadas autocolantes é o de aceitabilidade. Um estudo feito na Dinamarca, para investigar o efeito dos protetores externos de quadril sobre a prevenção de fraturas de idosos residentes em casas de repouso, mostrou que o risco de fratura de quadril no grupo que usou a almofada foi reduzido em 53%, comparativamente com os controles. As pessoas do grupo de intervenção que sofreram uma fratura, não estavam usando o protetor no momento da queda. 

Estratégia de redução de múltiplos fatores de risco 

Sabe-se que o risco de cair aumenta linearmente com o número de fatores de risco. Caso se consiga eliminar um fator de risco, a probabilidade de cair também se reduz. Isto é muito importante para os idosos que, em geral, possuem múltiplos fatores de risco para quedas, alguns não-modificáveis. Estratégias podem ser elaboradas, para modificar ou eliminar aqueles fatores passíveis de atuação, conseguindo-se, com isso, diminuição significativa nas quedas. Ao mesmo tempo, podem-se adotar intervenções que atuem sobre múltiplos fatores, como revisão de medicações, recomendações de comportamentos seguros, programas de exercícios vários, melhoria da segurança ambiental. 

Cair, portanto, tem de ser reconhecido como um problema extremamente sério para os serviços de saúde, para a sociedade e, principalmente, para o bem-estar das pessoas que caem. Para que as estratégias preventivas de quedas em idosos tenham sucesso, é necessário identificar populações com risco aumentado, instituir intervenções padronizadas para múltiplos fatores de risco e moldar tais intervenções a cada indivíduo ou situação particular. As intervenções deverão ajudar os usuários idosos dos serviços de saúde e seus cuidadores a compreender a forma de reduzir a probabilidade de queda, como por exemplo: (1) melhorando sua habilidade de enfrentar desafios ao equilíbrio; (2) melhorando a segurança de seu meio ambiente e (3) melhorando a autoconfiança e a confiança de seus familiares, para que ele possa continuar ativo e independente em seu próprio meio, para realizar o que deseja. 

Há evidências para sugerir que exercícios, tais como treinamento de equilíbrio (Tai Chi Chuan), são efetivos em reduzir o risco de quedas em idosos. Melhorar a aptidão física e impedir a inatividade e a imobilidade, também contribuem. Vigilância domiciliar periódica e sistemática para avaliar e, caso apropriado, modificar os riscos ambientais, pode ser efetiva em reduzir quedas. Identificar quaisquer conseqüências psicológicas de uma queda, como o medo de cair, que possam levar a uma auto-restrição de atividades e, secundariamente, a desuso, imobilidade, atrofia muscular e novas quedas. Modificar os comportamentos de risco, de forma a garantir movimentos e transferências seguros, sem restringir a possibilidade de uma vida ativa. Instituir estratégias, enfim, que previnam uma lesão séria, de maneira que, mesmo ocorrendo uma queda, esta não resulte em graves conseqüências.

Previna Quedas 

Fatores relacionados ao idoso:

- Diminuição da forca muscular;
- Osteoporose;
- Anormalidades para caminhar;
- Arritmia cardíaca (batimento cardíaco irregular);
- Alteração da pressão arterial;
- Depressão;
- Senilidade; 
- Artrose, fragilidade de quadril ou alteração do equilíbrio; 
- Alterações neurológicas (derrame cerebral, doença de Parkinson, esclerose múltipla e mal de Alzheimer); 
- Disfunção urinária e da bexiga. 
- Uso controlado de determinadas drogas; 
- Diminuição da visão; 
- Diminuição da audição; 
- Câncer que afeta os ossos; 
- Deformidades nos pés (unhas grandes, joanetes dolorosos,…).


Fatores relacionados ao ambiente: 

-  Iluminação: ambientes mal iluminados favorece a ocorrência de quedas;
-  Arquitetura: casas mal planejadas aumentam o risco de quedas;
-  Móveis: disposição inadequada atrapalha a locomoção e quando instáveis não servem como apoio;
-  Espaço: oferecem risco os objetos escorregadios espalhados pela casa;
-  Cores: ambiente muito escuro aumenta a chance de quedas.


Veja algumas orientações gerais para prevenir o acometimento de quedas: 

- Faça exames oftalmológicos e físicos anualmente, em específico para detectar a existência de problemas cardíacos e de pressão arterial; 
-  Mantenha em sua dieta uma ingestão adequada de Cálcio e vitamina D; 
-  Tome banhos de sol diariamente;
- Participe de programas de atividade física que visem o desenvolvimento de agilidade, força, equilíbrio, coordenação e ganho de força do quadríceps e mobilidade do tornozelo;
- Elimine de sua casa tudo aquilo que possa provocar escorregões e instale suportes, corrimão e outros acessórios de segurança; 
-  Use sapatos com sola antiderrapante; 
-  Amarre o cadarço do seu calçado;
-  Substitua os chinelos que estão deformados ou estão muito frouxos; 
-  Use uma calçadeira ou sente-se para colocar seu sapato; 
-  Evite sapatos altos e com sola lisa; 
-  Evite ingestão excessiva de bebidas alcoólicas; 
-  Mantenha uma lista atualizada de todos os medicamentos que está tomando ou que costuma tomar, e as dê para os médicos com quem faz consulta; 
- Informe-se com o seu médico sobre os efeitos colaterais dos remédios que você está tomando e de seu consumo em excesso; 
-  Certifique-se de que todos os medicamentos estejam claramente rotulados e guardados em um local adequado (que respeite as instruções de armazenamento); 
-  Tome os medicamentos nos horários corretos e da forma que foi receitada pelo médico, na maioria dos casos, acompanhados com um copo d'água; 
-  Nunca ande só de meias; 
-  Fadiga muscular e confusão mental aumentam o risco de quedas; 
-  Mulheres que não conseguem encontrar sapatos esportivos suficientemente largos para o formato do seu pé devem comprar na seção masculina, pois estes sapatos têm fôrmas maiores; 
- Estatísticas norte-americanas indicam que 60% das quedas em idosos acontecem dentro de casa: ao subir escadas, escorregões em superfícies muito lisas e tropeços, entre outras situações. 


Simples cuidados e adaptações poderão diminuir o risco de quedas dentro de sua casa; basta verificar abaixo algumas orientações quanto a modificações na organização dos móveis, da casa e iluminação. 

Em seu quarto: 

-  Coloque uma lâmpada, um telefone e uma lanterna perto de sua cama;
-  Durma em uma cama na qual você consiga subir e descer facilmente (cerca de 55 à 65 cm);
- Os armários devem ter portas leves e maçanetas grandes para facilitar a abertura, assim como iluminação interna para facilitar a localização dos pertences;
-  Dentro do seu armário, arrume as roupas em lugares de fácil acesso, de preferência evitando os locais mais altos;
-  Substitua os lençóis e o acolchoado por produtos feitos por materiais não escorregadios, como por exemplo, algodão e lã;
-  Instale algum tipo de iluminação ao longo do caminho da sua cama ao banheiro; 
-  Não deixe o chão do seu quarto bagunçado. 


Na sala e corredor:

- Organize os móveis de maneira que você tenha um caminho livre para passar sem ter que ficar desviando muito;
-  Mantenha as mesas de centro, porta revistas, descansos de pé e plantas fora da zona de tráfego;
-  Instale interruptores de luz na entrada das dependências de maneira que você não tenha que andar no escuro até que consiga ligar a luz. Interruptores que brilham no escuro podem servir de auxílio;
-  Ande somente em corredores, escadas e salas bem iluminadas;
-  Não acumule ou deixe caixas próximas do caminho da porta ou do corredor;
-  Deixe sempre o caminho livre de obstáculos; 
-  Mantenha fios de telefone, elétricos e de ampliação fora das áreas de trânsito, mas nunca debaixo de tapetes;
-  Não deixe extensões cruzarem o caminho; reorganize a distribuição dos móveis;
-  Coloque nas áreas livres tapetes com as duas faces adesivas ou com a parte de baixo não deslizante;
-  Não sente em uma cadeira ou sofá muito baixo, porque o grau de dificuldade exigido para se levantar é maior, sendo que estes devem ser confortáveis e com braços;
-  Concerte imediatamente as áreas em que o carpete está desgastado;
-  Remova peitoril de porta maior que 1,3 m.


Na cozinha: 

-  Remova os tapetes que promovem escorregões;
-  Limpe imediatamente qualquer líquido, gordura ou comida que tenham sido derrubados no chão;
-  Armazene a comida, a louça e demais acessórios culinários em locais de fácil alcance;
-  As estantes devem estar bem presas à parede e ao chão para permitir o apoio do idoso quando necessário; 
-  Não suba em cadeiras ou caixas para alcançar os armários que estão no alto;
-  No piso, utilize ceras que após a aplicação não deixem seu piso escorregadio;
-  A bancada da pia deve ter de 80 a 90 cm do chão para permitir uma posição mais confortável ao se trabalhar. 


Na escada:

-  Não deixe malas, caixas ou qualquer tipo de bagunça nos degraus;
-  Interruptores de luz devem estar instalados tanto na parte inferior quanto na parte superior da escada. Uma outra opção é instalar detectores de movimento que fornecerão iluminação automaticamente;
-  A iluminação deverá permitir a visualização desde o princípio da escada até o seu fim, assim como as áreas de desembarque; 
-  Mantenha uma lanterna guardada em algum lugar próximo em caso de apagão; 
-  Remova os tapetes que estejam no início ou fim da escada;
- Carpete fixo na escada: selecione um carpete que tenha uma cor sólida (sem desenhos ou muitas formas) através do qual seja possível visualizar claramente as bordas dos degraus;
-  Coloque tiras adesivas anti-derrapantes em cada borda dos degraus;
-  Instale corrimãos por toda a extensão da escada e em ambos os lados. Eles devem estar em uma altura de 76 cm acima da escada;
-  Repare imediatamente as áreas em que o carpete esteja desgastado (principalmente as bordas dos degraus). 


No banheiro: 

-  Coloque um tapete anti-derrapante ao lado da banheira ou do box para sua segurança na entrada e saída.;
-  Instale na parede da banheira ou do box um suporte para sabonete líquido;
-  Instale barras de apoio nas paredes do seu banheiro;
-  Duchas móveis são mais adequadas; 
-  Mantenha algum tipo de iluminação durante as noites;
-  Use dentro da banheira ou no chão do box tiras anti-derrapantes;
-  Substitua as paredes de vidro do box por um material não deslizante;
-  Ao tomar banho, utilize uma cadeira de plástico firme com cerca de 40 cm, caso não consiga se abaixar até o chão ou se sinta instável.

domingo, 22 de setembro de 2013

COFFITO: Consulta Pública Saúde Coletiva

O COFFITO,  através do Grupo de Trabalho da Saúde Coletiva reconhece a participação dos profissionais na construção das profissões , sendo um ingrediente essencial de sua forma coletiva de gestão.
 No seu dia a dia, o COFFITO está comprometido em dialogar com os fisioterapeutas e os terapeutas ocupacionais, tanto em espaços formais – associações, sindicatos, eventos, conferências - como em Consultas Públicas, no site e redes sociais.
É com esse princípio que propomos esta Consulta Pública com o tema:
 
Saúde Coletiva é uma especialidade ou uma área de atuação das nossas profissões?”
 
Hoje o COFFITO possui as Resoluções 363/09 e 371/09, que reconhecem tanto na Fisioterapia como na Terapia Ocupacional esta especialidade.
No entanto, com o passar dos anos e com a dinâmica da evolução das especialidades e áreas no campo de atuação, surgiram questionamentos referente ao tema abordado por esta consulta.

Com o desejo de ajustarmos as normas, à realidade dos fatos e para que possamos construir juntos as nossas profissões, solicitamos a sua participação.



Fonte: Coffito

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Fisioterapia Ocular




A fisioterapia ocular visa prevenir, tratar e reabilitar os distúrbios da visão sensorial e motora através de treino e exercícios nos músculos extraoculares, a fim de corrigir distúrbios no olho e a recuperação da funcionalidade visual e o posicionamento dos eixos oculares que provocam desconforto nas atividades de vida diária tanto na visão de perto quanto para longe, causando sintomas como: cefaléias (dores de cabeça), desconforto nas leituras, dupla imagem, tensões cervicais, torcicolos, desequilíbrio postural, bem como, baixa visual em crianças até o final da 1ª infância.
O psicológico também pode ser afetado pela estética visual dependendo do grau de desvio ocular. 

O estrabismo pode ser de causa genética, congênita ou adquirida por fatores como: infecções gestacionais, infantis ou na fase adulta, traumas, doenças neurológicas e vasculares. 
As indicações mais frequentes para fisioterapia ocular, além do estrabismo, podemos destacar: as ambliopias, visão subnormal, insuficiência de convergência, crianças na primeira infância que apresentem desalinhamento dos eixos oculares, paralisias transitórias oculomotoras, pacientes que tenham queixas relacionadas com a leitura, uso de computadores e vídeo games com ou sem refração, pré e pós operatório de estrabismo, pacientes neurológicos como: paralisia encefálica, traumatismo crânio encefálico, AVE, tumores, aneurismas. Pode ser aplicada também como forma de prevenção no fortalecimento dos músculos oculares.
Queixas comuns entre estudantes - Os estudantes muitas vezes apresentam dores de cabeça e na região dos olhos; sensação de cansaço visual; excessivos movimentos de cabeça ao ler; perda freqüente do lugar de leitura; omissão de palavras ou letras e ainda salto de linhas; lapsos de atenção; dificuldade em transcrever textos.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Fadiga é um dos sintomas mais comuns da esclerose múltipla


Fisioterapia pode aliviar incômodos da esclerose, como fadiga, depressão e alterações urinárias e sexuais

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a esclerose múltipla afeta cerca de 2,5 milhões de pessoas no mundo. A doença inflamatória, degenerativa e sem cura, compromete áreas do cérebro, nervo óptico ou medula espinhal. E pode ter sintomas variados, como embaçamento da visão com dor ocular, visão dupla, vertigem ou tontura, falta de coordenação nos movimentos, incontinência urinária, disfunção erétil e raciocínio lento. No entanto, fadiga intensa, fraqueza ou adormecimento de membros são os que mais prejudicam as atividades diárias do portador, por serem mais frequentes.

Segundo a fisioterapeuta Marcela Batistuta, ela causa falta de motivação e de sono, sensação de incapacidade e diminuição de libido ou desejo sexual. “A fadiga é o sintoma mais comum da esclerose múltipla e é descrita como um cansaço intenso, que não tem relação com o nível de atividade nem com o grau de incapacidade física. Pode ocorrer diariamente e mesmo após uma noite de descanso. Tende a piorar com o progresso do dia e a se agravar com o calor e a umidade. Aparece facilmente e de repente. É geralmente mais severa que a fadiga normal e é mais provável que interfira nas responsabilidades diárias”, explica.

A especialista em Reeducação Postural Global (RPG) destaca que a fadiga afeta entre 70% e 90% dos portadores de Esclerose Múltipla, sendo o sintoma mais difícil de tratar e compreender, por ser invisível. “Sua ocorrência pode causar equívocos, especialmente entre família, amigos e empregadores. Os membros da família podem pensar que uma pessoa com Esclerose Múltipla não está fazendo o que pode; problemas sexuais podem surgir entre os parceiros, e os empregadores podem rotular a pessoa de preguiçosa. Porém, a fadiga pode ter um impacto devastador sobre as atividades diárias, o bem-estar geral e a situação no emprego.

O diagnóstico é realizado por um neurologista e, embora não exista cura, acompanhamento adequado pode manter portadores mais ativos. O tratamento dos surtos é realizado com corticoide intravenoso durante três a cinco dias, que promove recuperação mais rápida, mas há medicamentos para reduzir a frequência e a intensidade dos surtos e retardar a progressão da doença. Fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional podem aliviar incômodos, como fadiga, depressão, alterações urinárias e sexuais.

terça-feira, 16 de julho de 2013

DESEQUILÍBRIO MUSCULAR: FATOR DETERMINANTE NA OCORRÊNCIA DE LESÕES

O equilíbrio muscular é um dos quesitos fundamentais para o desempenho do corredor e a prevenção de lesões. Este conceito diz respeito à obtenção de um equilíbrio adequado entre as forças de grupos musculares, que ocorre quando comparamos músculos de um mesmo membro, como na análise comparativa entre perna direita e perna esquerda.

Naturalmente, existe uma pequena diferença de força entre, por exemplo, os músculos extensores (quadríceps) da perna direita e da esquerda, devido ao lado dominante. Entretanto esta diferença não pode ser muito acentuada.


Quando a diferença execede um certo limite, caracterizamos um desequilíbrio muscular. Também é importante que as forças de músculos com funções antagônicas de uma mesma perna, como flexores e extensores tenham uma relação adequada. No caso, os extensores são músculos mais fortes que os flexores, porém, quando esta diferença se torna muito acentuada, o que é até um fato que ocorre com frequência, os músculos flexores, que são os posteriores da coxa, se tornam mais vulneráveis.

Esta é a razão da grande incidência de lesões musculares na face posterior da coxa. O desequilíbrio muscular não ocorre somente entre flexores e extensores do membro inferior. Pode aparecer entre adutores e abdutores, e entre outros grupos musculares, além dos membros inferiores como flexores e extensores do tronco.

Círculo vicioso

Os desequilíbrios musculares podem aparecer, por exemplo, em função de sequelas de lesões pregressas. Quando um determinado músculo não recupera sua força após um período de desuso por lesão, certamente se estabelece um desequilíbrio muscular com músculos sinérgicos e antagônicos, gerando uma vulnerabilidade capaz de aumentar a probabilidade de aparecer uma nova lesão.


Assim, cria-se um verdadeiro círculo vicioso que só será quebrado quando corrigirmos o desequilíbrio muscular. Outra causa de desequilíbrios é o fortalecimento inadequado de determinados grupos por razões estéticas. O desequilíbrio muscular não afeta apenas a probabilidade de ocorrer lesões.

Para o corredor, uma musculatura desequilibrada compromete também a biomecânica e a eficiência da corrida, prejudicando sensivelmente o desempenho. Para evitar e corrigir desequilíbrios musculares, o atleta deve sempre se preocupar em procurar um profissional com formação acadêmica adequada para orientar a solicitação das avaliações para diagnóstico e tratamento individualizado.




domingo, 14 de julho de 2013

Método que une RPG e psicanálise promete corrigir a postura

  • Fernando Donasci/UOL
    Carlos Barreiros (à esq.) diz que seu método visa reajustar as sensações e reequilibrar a imagem corporal
    Carlos Barreiros (à esq.) diz que seu método visa reajustar as sensações e reequilibrar a imagem corporal
Pessoas sentindo muita dor no corpo e que já tentaram de tudo. Este é o perfil dos pacientes que chegam ao Instituto Barreiros, em São Paulo. Fundado por Carlos Barreiros, fisioterapeuta com formação em acupuntura, psicanálise e homeopatia, e que passou anos se atualizando na França antes de criar um novo método: o RPG/RPM (reeducação postural global e reequilíbrio proprioceptivo e muscular).

Ele conta que essa técnica trabalha as linhas de cadeias musculares (método terapêutico de correção postural que considera o sistema muscular de forma integrada, organizando os músculos) e as estruturas dinâmicas que se propagam em diferentes direções e planos musculares, para assegurar a estática, o equilíbrio e o movimento do corpo.

"É a neurociência aplicada ao corpo", diz ele, garantindo que o maior ganho é mesmo no aspecto dos resultados clínicos, que são rápidos e não a longo prazo como nos outros métodos. "Isso porque estudamos toda a patobiomecânica - a alteração dos eixos mecânicos do corpo, ou seja, um desalinhamento que leva à sobrecarga nas articulações, gerando dores, desgaste articular e má postura - associando-a aos estudos das tensões dos órgãos internos e correlacionando tudo isso às suas condições psicomportamentais". 

Segundo o fisioterapeuta, exercícios e alongamento melhoram a postura, mas não corrigem o problema. "Já a correção neurológica muda a imagem e o esquema corporal, pois dentro de nós temos uma fotografia que controla nossa postura".

Para explicar melhor, ele faz uma comparação: "É como a pessoa anoréxica. Ela está magérrima, mas se olha no espelho e se vê gorda. Com a postura é a mesma coisa. Se a imagem errada que a pessoa tem não for alterada, volta tudo de novo. Claro que existe também o componente genético. Nosso papel é impedir que os problemas se acentuem".

Bombardeamento neurológico

Ele esclarece que a pessoa pode fazer exercícios, ioga e alongamento, que são bons para melhorar a dor, mas quando parar, tudo voltará, o que causa desmotivação.  Para tratar o paciente, Barreiros diz que faz "um bombardeamento neurológico, estimulando o corpo em toda sua proporção e suas sensações corporais para um bom alinhamento biomecânico".

O fisioterapeuta chama seu trabalho de "um reequilíbrio somático emocional", voltado à conscientização, às dores e aos conteúdos inconscientes. Como se fosse uma ponte entre a psicanálise e a fisioterapia, visando reajustar as sensações e reequilibrar a imagem corporal. Isso, segundo ele, é alcançado por meio de um tratamento físico unido com a auto-observação. "Partimos do princípio de que 'Sinto, logo existo'", diz ele, adaptando a famosa frase do filósofo francês René Descartes ("Penso, logo existo").

Esta metodologia, segundo Barreiros, o levou a fazer parte do grupo de Transdisciplinaridade Aplicada à Saúde da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) , na qual dá palestras com frequência.

Eliminando a dor

O fisioterapeuta conta que a primeira coisa a ser feita quando o paciente chega ao instituto é eliminar sua dor. O próximo passo é colocá-lo na postura de correção.  "Pessoas chegam aqui geralmente com muita dor, após terem tentado vários tratamentos, com melhoras e pioras. Elas precisam passar por uma reeducação e perder todos os vícios. Não estamos simplesmente realizando procedimentos mecânicos sobre tecidos humanos e, sim, tratando emoções, ânimos e sentimentos, da mesma forma que interferindo no bom funcionamento orgânico e postural".

Porém, ele admite que não faz milagres e que há pessoas que chegam até ele muito tarde, com dores excruciantes, compressão nervosa, formigamento e perda de força. Nesses casos, ele diz que a única solução é a cirurgia. "Não existe um método que dê conta de tudo. Há casos de pacientes com hipertensão e diabetes que não podem passar por cirurgia. Então, procuramos deixá-los mais assintomáticos, mas eles terão de conviver com o problema."

Depressão

Muitas pessoas que vão ao instituto com problemas de coluna e postura são depressivas. É comum se fecharem, corporal e mentalmente, e não melhorarem com facilidade. "Nossa intenção é, pelo corpo, chegar à mente. Casos de depressão,  tratamos associando o lado físico com psicologia ou psiquiatria. Tem de ser um conjunto, pois o ser humano é muito complexo", admite o fisioterapeuta.

Ele conta que essas pessoas têm perfil introspectivo e costumam recolher seus problemas no inverno, como se estivessem ruminando. Porém, quando chega a primavera, tudo que foi "armazenado" acaba explodindo em forma de ira. Ele diz que é preciso se cuidar para evitar esses extremos.

O tratamento consiste em consultas feitas uma vez por semana, com duração de uma hora. Cada uma sai por R$ 270.  São trabalhados o lado sensorial, estímulos do sistema nervoso central e posturas de correção neurológica do paciente. "A sessão pode ser toda semana ou não, isso dependerá de cada caso. Pois, muitas vezes, há pacientes que precisam de uma reorganização neurológica, o que leva mais tempo", admite.

Barreiros avisa que as pessoas não podem fazer o RPG-RPM sozinhas, pois é necessário que o fisioterapeuta acompanhe o processo para sentir quando a tensão diminui, por exemplo.

  • Após o tratamento, além de a postura melhorar e as dores desaparecerem, o especialista diz
    que o aciente passa a impressão de ter emagrecido e ficado com uma altura maior.

    Fonte: Uol.

Dicas De Um Fisioterapeuta: Ginástica da Nova Era: Método promete tratar probl...

Dicas De Um Fisioterapeuta: Ginástica da Nova Era: Método promete tratar probl...: Células têm memória. É a partir desse conceito que se baseia a Ginástica da Nova Era, uma atividade que, sim, tem a ver com ginástica, mas...

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Influencia dos pés na postura corporal


A avaliação da postura inclui a observação dos pés como quesito de suma importância, pois através dos pés é que é feita a interface entre o solo e o corpo. Os pés são responsáveis em manter o peso corporal e a locomoção, além da postura ereta. Essa capacidade dos pés é possível através dos arcos plantares que podem sofrer modificações de posicionamento dos ossos e da função dos músculos, ocasionando alterações na postura e na marcha, ou seja, na caminhada.
Segundo a fisioterapeuta Marcela Batistuta, o pé é adaptado para proporcionar a flexibilidade necessária em terrenos irregulares e absorver os impactos. “A postura está intimamente ligada aos pés. Para o indivíduo ter uma boa postura, o centro de gravidade deve projetar-se na base de sustentação representada pela planta dos pés. Caso esse centro de gravidade esteja fora do alinhamento, ocorrerá o aumento dos desequilíbrios musculares, o aumento das instabilidades posturais e prejudicará os movimentos corpóreos normais”, afirma.
A especialista em Reeducação Postural Global (RPG) explica que os pés podem sofrer duas alterações. “O pé plano, também conhecido como pé chato ou pé plano valgo flexível, ocorre quando existe uma deformidade anatômica oriunda do achatamento de um ou mais arcos do pé. Essa condição clínica faz com que a pessoa pise com quase toda a sola do pé no chão, o que pode causar o aparecimento de dor e outros desconfortos, não só nos pés, mas também em várias outras regiões do corpo, como o joelho, o quadril e a coluna”, esclarece a fisioterapeuta.
Ela ressalta que o segundo tipo é o pé cavo, também conhecido como pé arqueado, considerado o oposto do pé plano. Essa alteração ocorre devido à elevação excessiva do arco plantar, que, por consequência, gera a diminuição do comprimento do pé. “Esse caso é menos comum que o anterior, mas apresenta maior probabilidade de causar aumento da tensão na região do mediopé, desencadeando fascite plantar e até esporão de calcâneo. Se você tiver uma postura deficiente, seus ossos não estarão alinhados corretamente e seus músculos, juntas e ligamentos ficarão mais tensos do que o normal. A postura defeituosa pode causar fadiga, tensão muscular e, em longo prazo, episódios de dor. Muitos indivíduos com dor crônica na coluna podem estender seus problemas a anos de hábitos posturais inadequados”, alerta.

Marcela Batistuta destaca que a prática do Pilates tem o objetivo de promover a conscientização dos apoios plantares. “A avaliação para identificar onde se encontra maior sobrecarga é relatada pelo próprio indivíduo, podendo ser em antepé, calcanhares, bordos mediais ou laterais, detectando assim qualquer tipo de variação neste segmento que indique deficiência ou excesso de músculos agindo nos membros inferiores e no tronco. O Pilates também pode ajudar na normalização da pisada, utilizando-se da overball entre os tornozelos para execução de exercícios específicos. Conscientizar a pessoa sobre seus apoios plantares trará informações úteis para a vida diária”, completa.
Fonte:Interfisio, Por: Fisioterapeuta Marcela Batistuta.

Dilma sanciona ato médico com vetos

 
O COFFITO agradece publicamente a todos aqueles que direta ou indiretamente, ao longo destes 11 anos, apoiaram as ações e as manifestações a favor da saúde e da população brasileira, em especial à Ministra Gleisi Hoffmann, Ministro Alexandre Padilha, Ministro Gilberto Carvalho e à Presidenta Dilma Rousseff, que ouviram e atenderam as reivindicações das demais profissões  da saúde em defesa do SUS.
Agradecemos ainda,  os Conselhos Regionais de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional, as demais entidades representativas da classe de Fisioterapia e da Terapia Ocupacional,  a Comissão Parlamentar do COFFITO que atuou efetivamente dentro do Congresso e do Palácio do Governo em busca deste resultado.
Nossa gratidão à Frente dos Conselhos da Àrea da Saúde, ao Conselho Nacional de Saúde (CNS) e ao Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Área da Saúde (FENTAS) que foram também responsáveis pelo Veto Presidencial.
Parabéns presidente Dilma Rousseff, por sua determinação e responsabilidade a favor da Saúde, do SUS e da População Brasileira!
 Roberto Mattar Cepeda 
Presidente do COFFITO

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Abaixo-Assinado – Contra o Ato Médico

O Presidente do COFFITO Roberto Mattar Cepeda, conclama todos os profissionais da saúde para participarem do abaixo-assinado, pedindo a Presidente Dilma que VETE o Artigo 4º do PL do Ato Médico. Participem!!!!

  • "Art. 4º São atividades privativas do médico:
      • I – formulação do diagnóstico nosológico e respectiva prescrição terapêutica;
      • II – indicação e execução da intervenção cirúrgica e prescrição dos cuidados médicos pré e pós-operatórios;
      • III – indicação da execução e execução de procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, incluindo os acessos vasculares profundos, as biópsias e as endoscopias;
      • IV – intubação traqueal;
      • V – definição da estratégia ventilatória inicial para a ventilação mecânica invasiva, bem como as mudanças necessárias diante das intercorrências clínicas;
      • VI – supervisão do programa de interrupção da ventilação mecânica invasiva, incluindo a desintubação traqueal;
      • VII – execução da sedação profunda, bloqueios anestésicos e anestesia geral;
      • VIII – emissão de laudo dos exames endoscópios e de imagem, dos procedimentos diagnósticos invasivos e dos exames anatomopatológicos;
      • IX – indicação do uso de órteses e próteses, exceto as órteses de uso temporário;
      • X – prescrição de órteses e próteses oftalmológicas;
      • XI – determinação do prognóstico relativo ao diagnóstico nosológico;
      • XII – indicação de internação e alta médica nos serviços de atenção à saúde;
      • XIII – realização de perícia médica e exames médico-legais, excetuados os exames laboratoriais de análises clínicas, toxicológicas, genéticas e de biologia molecular;
      • XIV – atestação médica de condições de saúde, deficiência e doença;
      • XV – atestação do óbito, exceto em casos de morte natural em localidade em que não haja médico.
    • § 1º Diagnóstico nosológico privativo do médico, para os efeitos desta Lei, restringe-se à determinação da doença que acomete o ser humano, aqui definida como interrupção, cessação ou distúrbio da função do corpo, sistema ou órgão, caracterizada por no mínimo 2 (dois) dos seguintes critérios:
      • I – agente etiológico reconhecido;
      • II – grupo identificável de sinais ou sintomas;
      • III – alterações anatômicas ou psicopatológicas.
    • § 2º Não são privativos do médico os diagnósticos funcional, cinésio-funcional, psicológico, nutricional e ambiental, e as avaliações comportamental e das capacidades mental, sensorial e perceptocognitiva.
    • § 3º As doenças, para os efeitos desta Lei, encontram-se referenciadas na décima revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde.
    • § 4º Procedimentos invasivos, para os efeitos desta Lei, são os caracterizados por quaisquer das seguintes situações:
      • I – invasão da epiderme e derme com o uso de produtos químicos ou abrasivos;
      • II – invasão da pele atingindo o tecido subcutâneo para injeção, sucção, punção, insuflação, drenagem, instilação ou enxertia, com ou sem o uso de agentes químicos ou físicos;
      • III – invasão dos orifícios naturais do corpo, atingindo órgãos internos.
    • § 5º Exetuam-se do rol de atividades privativas do médico:
      • I – aplicação de injeções subcutâneas, intradérmicas, intramusculares e intravenosas, de acordo com a prescrição médica;
      • II – cateterização nasofaringeana, orotraqueal, esofágica, gástrica, enteral, anal, vesical, e venosa periférica, de acordo com a prescrição médica;
      • III – aspiração nasofaringeana ou orotraqueal;
      • IV – punções venosa e arterial periféricas, de acordo com a prescrição médica;
      • V – realização de curativo com desbridamento até o limite do tecido subcutâneo, sem a necessidade de tratamento cirúrgico;
      • VI – atendimento à pessoa sob risco de morte iminente.
    • § 6º O disposto neste artigo não se aplica ao exercício da Odontologia, no âmbito de sua área de atuação.
    • § 7º O disposto neste artigo será aplicado de forma que sejam resguardadas as competências próprias das profissões de assistente social, biólogo, biomédico, enfermeiro, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, profissional de educação física, psicólogo, terapeuta ocupacional e técnico e tecnólogo de radiologia."


Abaixo-assinado- Sistema COFFITO/CREFITO’S

PRESIDENTE DILMA:

VETO AO ARTIGO 4º DO PROJETO DE LEI DO SENADO 268/2002(ATO MÉDICO)!

                Excelentíssima Presidenta Dilma Vana Rousseff

                Visando o tratamento adequado da saúde da população, os avanços do SUS e a atenção integral à saúde da população brasileira, solicitamos o Veto ao Art. 4º do Projeto de Lei do Senado nº 268 de 2002 (SCD 268/2002 – Ato Médico).


Fonte: Coffito

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO OFTALMOLÓGICA EM CRIANÇAS ATÉ 07 ANOS

O sistema visual é um dos cinco sentidos do ser humano que se desenvolve a partir de estímulos externos. O olho é um órgão que está intimamente ligado ao cérebro e a visão é um fenômeno complexo que necessita de olhos íntegros e vias ópticas e cerebrais saudáveis. Para que haja desenvolvimento normal da visão são necessárias boas condições anatômicas e fisiológicas do sistema visual. O desenvolvimento visual se inicia com o nascimento e termina por volta dos cinco anos, tendo sua maturação completada por volta dos sete anos. A criança necessita “ver” para desenvolver a sua visão.
                Anatomicamente os olhos se posicionam de forma simétrica devendo receber e captar as imagens ao mesmo tempo para que o cérebro interprete-as de forma única. Temos dois olhos, mas percebemos uma única imagem pelo equilíbrio do sistema sensorial visual e o oculomotor que interagem mutuamente. Defeitos primários em qualquer dos dois sistemas: distúrbio motor – decorrente dos músculos dos olhos ou sensorial – decorrente de deficiência visual desequilibram os mecanismos de controle.
                Ao nascimento, a visão da criança é relativamente baixa, causada pela imaturidade das estruturas cerebrais e retinianas relacionadas com a visão e com a movimentação dos olhos. O bebê, principalmente o pré-maturo, deve realizar o exame do olhinho para descartar qualquer patologia ocular. Uma vez por ano a criança deve realizar exames oftalmológicos de rotina até completar sete anos idade, fase de maturação visual. Qualquer impedimento à formação adequada da imagem de um objeto pelo sistema óptico ocular pode levar a um mau desenvolvimento visual, que se tornará irreversível se não tratado em tempo hábil.
O papel da visão no desenvolvimento geral da criança tem relação direta com as habilidades motoras, mentais (perceber e elaborar), conceitos espaciais, linguagem e relações emocionais.
Patologias como ambliopia1ametropias (erro de refração)2, estrabismo3PVC – torcicolo de causa ocular4anisometropia5ptose monocular6, catarata congênita7, cicatriz congênita na retina8, glaucoma congênito9, nistagmo10, retinopatia da prematuridade11 dentre outras podem ser detectados após o nascimento ou nos primeiros anos de vida e serem tratados ou acompanhados pelo especialista sem que provoquem sequelas graves na criança.
Muitas crianças só vão ao oftalmologista após a fase crítica do desenvolvimento da visão, quando tem queixas de desconforto visual, que acontece na fase escolar ou quando apresentam algum sinal visível a olho nu, tendo o risco de já está apresentando distúrbios oftalmológicos que deveriam ter sido tratados mais cedo. As crianças dependem dos adultos para visitarem o médico especialista e os pais ou responsáveis ignoram essa necessidade muitas vezes por falta de conhecimento.
A Fisioterapia tem auxiliado a Oftalmologia encaminhando e tratando de crianças que tem distúrbio oculomotor, quando apresentam disfunções posturais, torcicolos de causa ocular (PVC) e estrabismos em pacientes portadores de Paralisia Cerebral – PC, síndromes neurológicas, neuropatias viróticas ou bacterianas e patologias miotônicas.
Portanto, toda criança deve visitar o médico oftalmologista nos primeiros anos de vida.

Glossário
1.        Ambliopia- Baixa visual em um ou nos dois olhos que não é corrigida com auxílio óptico (olho preguiçoso);
2.        Ametropias: Erro de refração – percepção das imagens retinianas de forma distorcidas ou borradas, criando imagens constantemente fora do foco, por defeito anatômico do globo ocular, da córnea ou do cristalino por conta da idade e que deve ou pode ser corrigida com uso de lentes ópticas. Podem sermiopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia.
3.        Estrabismo – Desalinhamento dos eixos oculares: desvio nos olhos.
4.        PVC – Posição Viciosa de Cabeça: torcicolo de causa ocular causado por estrabismo ou nistagmo.
5.        Anisometropia – diferença acentuada de grau (erro de refração) entre os dois olhos, produzindo focalização desigual na percepção das imagens retinianas.
6.        Ptose monocular – queda da pálpebra superior em um dos olhos.
7.        Catarata congênita – opacidade no cristalino (lente intra-ocular) trazida de nascença.
8.        Cicatriz congênita na retina – cicatriz na retina do bebê adquirida durante a gestação, podendo ter sido causada por microorganismos (Toxoplasmose) ou patologias que causam lesões vasculares e/ou neurológicas devido à ingestão medicamentosa ou fatores genéticos.
9.        Glaucoma congênito- pressão intra-ocular aumentada em um ou nos dois olhos percebida e diagnosticada logo após o nascimento ou nos primeiros meses de vida.
10.     Nistagmo – movimento sempre rítmico de vai-e-vem, horizontal, vertical ou torcional de um ou dos dois olhos, simétrico ou não; tremor ocular.
11.     Retinopatia da prematuridade – lesão na retina causada por falta de maturação do desenvolvimento do bebê que nasce pré-maturo e que pode provocar deficiência visual.
Fonte: http://fisioterapiaocular.blogspot.com.br/  Por: Drª. Maria Ângela Dias - Fisioterapeuta.