quarta-feira, 15 de maio de 2013

Exercitar o cérebro é essencial para mantê-lo jovem, ensinam pesquisadores


Fazer caminhada, praticar exercícios habitualmente, ter uma dieta balanceada e até apelar para cosméticos ou cirurgia plástica. Muito se fala sobre como evitar o envelhecimento do corpo. Mas o cérebro, este complicado órgão que rege nossa vida, também envelhece e precisa de cuidados especiais e exercícios para se manter jovem e ativo.
O cérebro humano desempenha diversas funções: desde controlar a respiração até resolver um intrincado problema matemático. Ele também é responsável pela formação da personalidade e pelos sentimentos. Mesmo quando não percebemos, ele está trabalhando: durante uma caminhada, fazendo compras no supermercado, conversando e até sonhando.
E tudo devido a uma complicada rede de mais de 100 milhões de células nervosas. Por isso que, mesmo pesando pouco mais de um quilo, ele gasta 20% de toda a energia do corpo.
Mas, assim como todo o nosso organismo, o cérebro também envelhece. Com o passar dos anos, ele passa por uma série de alterações que afetam sua estrutura e suas funções. "O cérebro é um órgão bastante complexo. Com o envelhecimento, estudos com ressonância magnética evidenciaram a ocorrência de redução de seu volume, mas não de forma homogênea. Por outro lado, foram descritas, também, alterações funcionais que comprometeriam a comunicação entre os neurônios", aponta Gisela Tinone, neurologista da Divisão de Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
A partir dos 25 anos, os neurônios começam a diminuir e o cérebro a "encolher" (ele perde entre 5% e 10% do seu peso). Também ocorrem alterações bioquímicas como deficiência de serotonina, dopamina e glutamato. As consequências dessas alterações são perdas na função cognitiva, como falhas na memória (por exemplo, não se lembrar onde deixou as chaves), e uma certa dificuldade de aprender coisas novas.
"No envelhecimento normal, a maior parte dos idosos apresenta um leve declínio, ou então, uma certa lentificação no processo de planejamento, organização e memória", explica Valéria Bahia, neurologista do Hospital Samaritano de São Paulo.
Sempre jovem
Apesar de seu envelhecimento natural, é importante atentar que o cérebro é um órgão que possui uma alta plasticidade. Ou seja, ele tem uma grande capacidade de se modificar conforme sua interação com o ambiente. Se ele for estimulado e se mantiver ativo, essas alterações causadas pelo envelhecimento serão mínimas – até mesmo imperceptíveis.
O segredo para manter o cérebro jovem é exercitá-lo. Alguns pesquisadores afirmam que o melhor exercício para o cérebro é estudar (pesquisas chegam a apontar que pessoas com nível educacional mais alto apresentam sinais mais leves de envelhecimento cerebral). "No entanto, é importante ressaltar que atividade intelectual não se refere ao nível educacional, mas sim a atividade mental como um todo. É preciso ser ativo mentalmente", ressalta Bahia.
Fonte: UOL

terça-feira, 7 de maio de 2013

Reabilitação Virtual: Videogame interativo ajuda na fisioterapia.


Com o uso de game que trabalha os movimentos do jogador, fisioterapeutas elevam a qualidade de vida dos pacientes



Nos últimos três meses, o Hospital Unimed de Criciúma (SC) utiliza um novo tipo de tratamento. Os fisioterapeutas Moisés Moraes Antunes e Morgana Lima Sombrio levaram o videogame para o ambiente hospitalar, ajudando pacientes de todas as idades. Instalado em um móvel com rodinhas, o console viaja de quarto em quarto para sessões de cerca de 30 minutos, possibilitando um tratamento eficiente e divertido.
Os jogos interativos permitem que o paciente se exercite e também se divirta ao executar os movimentos que seriam monótonos com a fisioterapia tradicional. As sessões são acompanhadas pelos fisioterapeutas, que cuidam para que a pessoa se movimente na medida certa, sem exceder seus limites.
— Para o paciente crônico, que está há três, quatro semanas no hospital, tudo é muito chato. A comida não tem sabor, o quarto não tem graça. Para isso, uma estratégia que procuramos na fisioterapia é o videogame — aponta o fisioterapeuta.
Antunes conta que os movimentos das sessões com o videogame também ajudam no pós-operatório de diversos pacientes, que precisam estar ativos e saudáveis para receber alta.


Tratamento tira o foco da dor
No momento, três pacientes fazem o tratamento. Um deles é Cleverton Griz, 50 anos, hospitalizado há seis meses devido a uma hérnia de disco. Para Griz, que toma medicação forte a cada quatro horas para suportar a dor crônica, as sessões com o videogame representam uma abençoada distração.
— Consigo ficar 50 minutos sem focar na dor. O jogo me motiva, às vezes faço um movimento de alongamento que não faria na cama. Dá para ver que realmente funciona — conta Cleverton, fã do jogo de tênis, um dos cinco usados no tratamento (os outros são golfe, beisebol, boxe e boliche).
Além de estar mais animado e motivado para se movimentar, Griz parou de utilizar os antidepressivos que o auxiliavam no tratamento.


Como os videogames ajudam a fisioterapia
> Novidade: permite que o paciente faça os movimentos necessários, mas de um modo mais interessante do que na fisioterapia convencional.
> Motivação: ainda que dispute contra um adversário virtual, o paciente se sente motivado a vencer e mais disposto a cumprir metas e a superar desafios.
> Bem-estar: no jogo, a pessoa se distrai, sente-se entretida e motivada, o que libera endorfinas e proporciona uma sensação prazerosa e de relaxamento.
> Sem rotina: as longas internações e doenças crônicas afetam o estado emocional do paciente, o que pode causar depressão. Um tratamento que envolva descontração ameniza o clima e a rotina associados à doença, dá ânimo e acelera a recuperação.


Fonte: Zerohora

domingo, 5 de maio de 2013

Sessão de fisioterapia, que custa em média R$ 100, vale R$ 5,60 para planos de saúde


 A baixa remuneração é uma das principais reclamações dos profissionais de saúde que atendem a convênios médicos. De acordo com a fisioterapeuta Marlene Izidro Vieira, presidente da Fenafisio (Federação Nacional de Associações de Prestadores de Serviço de Fisioterapia), o valor pago pelos planos por um atendimento fisioterapêutico de 50 minutos varia de R$ 5,60 a R$ 23, enquanto a consulta particular custa, em média, R$ 100.
— Estamos sem reajuste há 20 anos e isso é absolutamente preocupante. Como um fisioterapeuta pode oferecer um serviço de qualidade se a remuneração de R$ 5 sequer dá para sobreviver?
A má remuneração não se restringe apenas aos fisioterapeutas. O otorrinolaringologista Florisval Meinão, presidente da APM (Associação Paulista de Medicina), avisa que o valor pago pela consulta médica na sua área é de R$ 60 enquanto um procedimento cirúrgico de amigdalas, por exemplo, varia de R$ 75 a R$ 90.
— Recebemos quase o mesmo valor para consulta e cirurgia sendo que a complexidade dos procedimentos é totalmente diferente. Como o valor da cirurgia é muito irrisório, é preferível atender apenas no consultório.
O médico acrescenta que a média de remuneração de um parto é de R$ 250, da retirada do útero é de R$ 265 e do exame de eletrocardiograma é de apenas R$ 6. Diante da desvalorização dos serviços prestados pelos profissionais de saúde, Meinão reconhece que o atendimento do paciente fica prejudicado.
—O descaso dos convênios com os profissionais da saúde afeta diretamente o paciente. A saúde não pode ser tratada desta forma.
A odontologia também vive essa crise e recebe dos convênios R$ 14 por consultas de emergência, R$ 18 por restauração de resina composta e R$ 22 por cirurgia de extração dentária, conforme adverte o cirurgião-dentista Claudio Miyake, presidente do Crosp (Conselho Regional de Odontologia –  Regional São Paulo).
— Não podemos nos conformar ou ficar apáticos com a situação que a saúde vive hoje. Precisamos reverter o quadro.
Pesquisa APM
Os índices de insatisfação dos profissionais de saúde com os convênios são estratosféricos, ou seja, quase a totalidade se diz descontente, segundo uma pesquisa realizada com 5.000 médicos, fisioterapeutas e dentistas brasileiros entre os dias 3 e 14 de abril, e divulgada nesta terça-feira (23).
Exatamente pelo descontentamento e pela baixa remuneração, de acordo com a pesquisa, mais da metade dos profissionais confirmou a redução do número de procedimentos e cirurgias. Nos últimos cinco anos, 97% dos médicos e dentistas e 96% dos fisioterapeutas não tiveram reajustes que permitiram recompor satisfatoriamente os custos envolvidos na prática profissional.

Fonte: R7