quinta-feira, 4 de julho de 2013

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO OFTALMOLÓGICA EM CRIANÇAS ATÉ 07 ANOS

O sistema visual é um dos cinco sentidos do ser humano que se desenvolve a partir de estímulos externos. O olho é um órgão que está intimamente ligado ao cérebro e a visão é um fenômeno complexo que necessita de olhos íntegros e vias ópticas e cerebrais saudáveis. Para que haja desenvolvimento normal da visão são necessárias boas condições anatômicas e fisiológicas do sistema visual. O desenvolvimento visual se inicia com o nascimento e termina por volta dos cinco anos, tendo sua maturação completada por volta dos sete anos. A criança necessita “ver” para desenvolver a sua visão.
                Anatomicamente os olhos se posicionam de forma simétrica devendo receber e captar as imagens ao mesmo tempo para que o cérebro interprete-as de forma única. Temos dois olhos, mas percebemos uma única imagem pelo equilíbrio do sistema sensorial visual e o oculomotor que interagem mutuamente. Defeitos primários em qualquer dos dois sistemas: distúrbio motor – decorrente dos músculos dos olhos ou sensorial – decorrente de deficiência visual desequilibram os mecanismos de controle.
                Ao nascimento, a visão da criança é relativamente baixa, causada pela imaturidade das estruturas cerebrais e retinianas relacionadas com a visão e com a movimentação dos olhos. O bebê, principalmente o pré-maturo, deve realizar o exame do olhinho para descartar qualquer patologia ocular. Uma vez por ano a criança deve realizar exames oftalmológicos de rotina até completar sete anos idade, fase de maturação visual. Qualquer impedimento à formação adequada da imagem de um objeto pelo sistema óptico ocular pode levar a um mau desenvolvimento visual, que se tornará irreversível se não tratado em tempo hábil.
O papel da visão no desenvolvimento geral da criança tem relação direta com as habilidades motoras, mentais (perceber e elaborar), conceitos espaciais, linguagem e relações emocionais.
Patologias como ambliopia1ametropias (erro de refração)2, estrabismo3PVC – torcicolo de causa ocular4anisometropia5ptose monocular6, catarata congênita7, cicatriz congênita na retina8, glaucoma congênito9, nistagmo10, retinopatia da prematuridade11 dentre outras podem ser detectados após o nascimento ou nos primeiros anos de vida e serem tratados ou acompanhados pelo especialista sem que provoquem sequelas graves na criança.
Muitas crianças só vão ao oftalmologista após a fase crítica do desenvolvimento da visão, quando tem queixas de desconforto visual, que acontece na fase escolar ou quando apresentam algum sinal visível a olho nu, tendo o risco de já está apresentando distúrbios oftalmológicos que deveriam ter sido tratados mais cedo. As crianças dependem dos adultos para visitarem o médico especialista e os pais ou responsáveis ignoram essa necessidade muitas vezes por falta de conhecimento.
A Fisioterapia tem auxiliado a Oftalmologia encaminhando e tratando de crianças que tem distúrbio oculomotor, quando apresentam disfunções posturais, torcicolos de causa ocular (PVC) e estrabismos em pacientes portadores de Paralisia Cerebral – PC, síndromes neurológicas, neuropatias viróticas ou bacterianas e patologias miotônicas.
Portanto, toda criança deve visitar o médico oftalmologista nos primeiros anos de vida.

Glossário
1.        Ambliopia- Baixa visual em um ou nos dois olhos que não é corrigida com auxílio óptico (olho preguiçoso);
2.        Ametropias: Erro de refração – percepção das imagens retinianas de forma distorcidas ou borradas, criando imagens constantemente fora do foco, por defeito anatômico do globo ocular, da córnea ou do cristalino por conta da idade e que deve ou pode ser corrigida com uso de lentes ópticas. Podem sermiopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia.
3.        Estrabismo – Desalinhamento dos eixos oculares: desvio nos olhos.
4.        PVC – Posição Viciosa de Cabeça: torcicolo de causa ocular causado por estrabismo ou nistagmo.
5.        Anisometropia – diferença acentuada de grau (erro de refração) entre os dois olhos, produzindo focalização desigual na percepção das imagens retinianas.
6.        Ptose monocular – queda da pálpebra superior em um dos olhos.
7.        Catarata congênita – opacidade no cristalino (lente intra-ocular) trazida de nascença.
8.        Cicatriz congênita na retina – cicatriz na retina do bebê adquirida durante a gestação, podendo ter sido causada por microorganismos (Toxoplasmose) ou patologias que causam lesões vasculares e/ou neurológicas devido à ingestão medicamentosa ou fatores genéticos.
9.        Glaucoma congênito- pressão intra-ocular aumentada em um ou nos dois olhos percebida e diagnosticada logo após o nascimento ou nos primeiros meses de vida.
10.     Nistagmo – movimento sempre rítmico de vai-e-vem, horizontal, vertical ou torcional de um ou dos dois olhos, simétrico ou não; tremor ocular.
11.     Retinopatia da prematuridade – lesão na retina causada por falta de maturação do desenvolvimento do bebê que nasce pré-maturo e que pode provocar deficiência visual.
Fonte: http://fisioterapiaocular.blogspot.com.br/  Por: Drª. Maria Ângela Dias - Fisioterapeuta.

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